Árbitros e Outros
Durante
praticamente um mês, uma grande parte dos portugueses assistiu aos jogos do
Campeonato da Europa de Futebol, particularmente os jogos em que participava a
selecção portuguesa.
Pese embora o
facto de termos sido eliminados pela seleção campeã da europa, sentimo-nos orgulhosos
com o desempenho dos jogadores da nossa selecção.
Na mente de
alguns ficou a sensação de que poderíamos ter ido mais longe, mas o futebol é
isto mesmo: uma vez ganha-se, outras vezes perde-se, não havendo empates neste
tipo de eliminatórias
Foi merecida a
receção calorosa que os portugueses fizeram no aeroporto de Lisboa à comitiva
que participou no Euro 2012 de Futebol, através de aplausos e mensagens de
apoio! Esta atitude revelou o reconhecimento do valor patenteado pelos
jogadores ao longo dos jogos.
Infelizmente,
a sorte não esteve do lado dos portugueses e a nossa seleção não chegou à
final. Esta proeza foi conseguida unicamente pelas equipas de Itália e de
Espanha.
Apesar de ter
sido eliminado da disputa da taça, Portugal fez-se representar na final com a
equipa de arbitragem. Quer se aprecie ou não os árbitros, estou convicto que
uma grande parte dos portugueses sentiu orgulho em ver essa equipa a dirigir o
encontro. Ali estava Portugal representado, no exercício de um papel diferente,
mas não menos relevante.
Poucas horas
após o regresso da equipa de arbitragem a Portugal, depois do excelente
desempenho protagonizado, chegava também ao mesmo aeroporto de Lisboa a nossa seleção
de atletismo que acabara de participar, com excelentes resultados, no
Campeonato Europeu de Atletismo realizado em Helsínquia. À sua espera estava um
membro do governo a fim de saudar os atletas pelos êxitos obtidos. O mesmo não
aconteceu com a equipa de arbitragem. À espera daqueles homens que também
representaram Portugal dignamente, apenas estavam os familiares, árbitros e
mais alguns amigos…
De acordo com
a alínea e) do art.º 2 do Decreto-lei 272/2009, de 01 de Outubro “ «Árbitros de
alto rendimento» são os árbitros internacionais que tenham participado em
competições desportivas de elevado nível…”.
Será que o
campeonato da Europa de Futebol não é uma competição de elevado nível?
Arbitrar uma
final desse campeonato não é um feito de reconhecido valor? Se assim não fosse,
porque razão Howard Webb, árbitro inglês que dirigiu a final do Campeonato do
Mundo de Futebol 2010, realizado na Africa do Sul, teria sido condecorado com a
honra de “Membro da Ordem do Império Britânico” pela rainha de Inglaterra?
Estou em crer
que o facto de não se encontrar nenhum membro do governo para receber e saudar a
equipa de arbitragem não passou de uma mera distracção de alguém que tinha o
dever, pelo menos moral, de o ter feito publicamente.
Por mais
desculpas que se possam arranjar, por mais cerimónias públicas que se venham a realizar
posteriormente, a oportunidade e a originalidade dos atos deixou de existir,
porque não foram concretizadas no momento certo.
Agostinho
Silva
Agostinho Silva volta a escrever a 15 de Agosto
Na próxima semana escreve Paulo Teixeira
4 comentários:
Concordo com tudo o que disse.
Contudo gostaria de fazer uma pergunta, caso possa e queira responder. Porque é que os árbitros portugueses têm atitudes completamente diferentes quando apitam jogos de competições nacionais ou internacionais? É que é inacreditável a diferença de qualidade entre ambos os casos. Desde logo tendo em conta o número de faltas marcadas. No nosso país marcam por tudo e por nada, nas competições internacionais, mostram bastante mais qualidade.
E´apenas a minha opinião.
Obrigado
Ccumprimentos
Para mudar a forma de arbitrar em Portugal, primeiro terá que se mudar a mentalidade de alguns dirigentes, treinadores, jogadores, jornalistas e comentadores etc...
Não sou arbitro nem me doí a barriga por eles mas na minha opinião os árbitros são os mesmos, as atitudes e as opiniões dos homens do futebol é que são diferentes.
1º Jogadores jogam para o espectaculo de natação e por tudo e por nada atiram-se para a piscina fazendo 90 minutos de puras simulações.
2º Pouca qualidade na maioria dos comentadores que na hora dos comentários não conseguem despir a camisola dos seu clube, opinam depois de ver o lance 10 vezes e mesmo assim quando não lhes interessa afirmam talvez... acabando por crussificar o arbitro quando o resultado não lhes interessa
3º Sempre que a equipa perde a culpa é do arbitro e não das substituições ou da táctica.
Se não houver um lace que se possa aportar afirma-se que "foi uma arbitragem inteligente
Tudo isto influencia as arbitragens mas elas tem qualidade e aí esta a Prova dos nove.
2 de Julho de 2012 12:54
Concordo plenamente com quase tudo o que diz. Contudo, penso que quem percebe minimamente de futebol e vê por exemplo a final do Europeu e um jogo disputado na liga Portuguesa com o mesmo àrbitro,nota MUITAS diferenças. Mesmo que seja um jogo onde não exista qualquer preferência quanto ao vencedor desejado.
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