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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Hoje escreve... Agostinho Silva


Árbitros e Outros

Durante praticamente um mês, uma grande parte dos portugueses assistiu aos jogos do Campeonato da Europa de Futebol, particularmente os jogos em que participava a selecção portuguesa.
Pese embora o facto de termos sido eliminados pela seleção campeã da europa, sentimo-nos orgulhosos com o desempenho dos jogadores da nossa selecção.
Na mente de alguns ficou a sensação de que poderíamos ter ido mais longe, mas o futebol é isto mesmo: uma vez ganha-se, outras vezes perde-se, não havendo empates neste tipo de eliminatórias
Foi merecida a receção calorosa que os portugueses fizeram no aeroporto de Lisboa à comitiva que participou no Euro 2012 de Futebol, através de aplausos e mensagens de apoio! Esta atitude revelou o reconhecimento do valor patenteado pelos jogadores ao longo dos jogos.
Infelizmente, a sorte não esteve do lado dos portugueses e a nossa seleção não chegou à final. Esta proeza foi conseguida unicamente pelas equipas de Itália e de Espanha.
Apesar de ter sido eliminado da disputa da taça, Portugal fez-se representar na final com a equipa de arbitragem. Quer se aprecie ou não os árbitros, estou convicto que uma grande parte dos portugueses sentiu orgulho em ver essa equipa a dirigir o encontro. Ali estava Portugal representado, no exercício de um papel diferente, mas não menos relevante.
Poucas horas após o regresso da equipa de arbitragem a Portugal, depois do excelente desempenho protagonizado, chegava também ao mesmo aeroporto de Lisboa a nossa seleção de atletismo que acabara de participar, com excelentes resultados, no Campeonato Europeu de Atletismo realizado em Helsínquia. À sua espera estava um membro do governo a fim de saudar os atletas pelos êxitos obtidos. O mesmo não aconteceu com a equipa de arbitragem. À espera daqueles homens que também representaram Portugal dignamente, apenas estavam os familiares, árbitros e mais alguns amigos…
De acordo com a alínea e) do art.º 2 do Decreto-lei 272/2009, de 01 de Outubro “ «Árbitros de alto rendimento» são os árbitros internacionais que tenham participado em competições desportivas de elevado nível…”.
Será que o campeonato da Europa de Futebol não é uma competição de elevado nível?
Arbitrar uma final desse campeonato não é um feito de reconhecido valor? Se assim não fosse, porque razão Howard Webb, árbitro inglês que dirigiu a final do Campeonato do Mundo de Futebol 2010, realizado na Africa do Sul, teria sido condecorado com a honra de “Membro da Ordem do Império Britânico” pela rainha de Inglaterra?
Estou em crer que o facto de não se encontrar nenhum membro do governo para receber e saudar a equipa de arbitragem não passou de uma mera distracção de alguém que tinha o dever, pelo menos moral, de o ter feito publicamente.
Por mais desculpas que se possam arranjar, por mais cerimónias públicas que se venham a realizar posteriormente, a oportunidade e a originalidade dos atos deixou de existir, porque não foram concretizadas no momento certo.

                                                                 Agostinho Silva

Agostinho Silva volta a escrever a 15 de Agosto
Na próxima semana escreve Paulo Teixeira

4 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com tudo o que disse.
Contudo gostaria de fazer uma pergunta, caso possa e queira responder. Porque é que os árbitros portugueses têm atitudes completamente diferentes quando apitam jogos de competições nacionais ou internacionais? É que é inacreditável a diferença de qualidade entre ambos os casos. Desde logo tendo em conta o número de faltas marcadas. No nosso país marcam por tudo e por nada, nas competições internacionais, mostram bastante mais qualidade.
E´apenas a minha opinião.
Obrigado
Ccumprimentos

Anónimo disse...

Para mudar a forma de arbitrar em Portugal, primeiro terá que se mudar a mentalidade de alguns dirigentes, treinadores, jogadores, jornalistas e comentadores etc...

Anónimo disse...

Não sou arbitro nem me doí a barriga por eles mas na minha opinião os árbitros são os mesmos, as atitudes e as opiniões dos homens do futebol é que são diferentes.

1º Jogadores jogam para o espectaculo de natação e por tudo e por nada atiram-se para a piscina fazendo 90 minutos de puras simulações.

2º Pouca qualidade na maioria dos comentadores que na hora dos comentários não conseguem despir a camisola dos seu clube, opinam depois de ver o lance 10 vezes e mesmo assim quando não lhes interessa afirmam talvez... acabando por crussificar o arbitro quando o resultado não lhes interessa

3º Sempre que a equipa perde a culpa é do arbitro e não das substituições ou da táctica.
Se não houver um lace que se possa aportar afirma-se que "foi uma arbitragem inteligente

Tudo isto influencia as arbitragens mas elas tem qualidade e aí esta a Prova dos nove.

Anónimo disse...

2 de Julho de 2012 12:54

Concordo plenamente com quase tudo o que diz. Contudo, penso que quem percebe minimamente de futebol e vê por exemplo a final do Europeu e um jogo disputado na liga Portuguesa com o mesmo àrbitro,nota MUITAS diferenças. Mesmo que seja um jogo onde não exista qualquer preferência quanto ao vencedor desejado.