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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Futebol - paivense Nunes fica mais um ano em Maiorca


Texto e foto: www.abola.pt


Nunes não vai abandonar o barco. O defesa-central português, capitão do Maiorca, vai continuar no clube balear que falhou a manutenção no principal escalão do futebol espanhol.

Segundo o jornal AS, o guarda-redes Dudú Aouate, o médio Josep Lluìs Martí e o extremo Alejandro Alfaro, também vão continuar no plantel, ao passo que os cedidos Andreu Fontàs (Barcelona), Fernando Tissone (Sampdoria), Javier Arizmendi (Getafe) e Antonio Luna (Sevilha) regressam aos clubes de origem.

De saída estão o mexicano Giovani Dos Santos e o espanhol Tomás Pina, que receberam propostas para deixar o clube.



Entrevista de Nunes a A BOLA

Maiorca: «A idade não é um óbice, tenho 36 anos, estou em perfeitas condições» - Nunes
Por Pereira Ramos, correspondente de em Espanha

O defesa-central português anuncia, em A BOLA, que renovou contrato com o Maiorca, que representa desde janeiro de 2006, por mais uma temporada. Aos 36 anos, mesmo depois de consumada a descida ao segundo escalão, o capitão da equipa das Baleares é o espelho da ambição

Desde 1997/98 que o Maiorca estava na I Liga. Que falhou esta época para ter terminado em lugar de descida?

- Quando não se alcançam os objetivos a culpa é de todos, da direção aos técnicos passando, claro, pelos jogadores. Não houve só uma causa, foi um conjunto de circunstâncias que ditaram a descida. Tivemos muitos lesionados, uma autêntica loucura, no espaço de duas semanas, por exemplo, cinco jogadores foram operados, e num plantel limitado isso nota-se muito.

- Mas o Maiorca até começou bem o campeonato.

- Sim, é verdade, mas depois entrámos num ciclo de maus resultados e fomos descendo perigosamente na tabela. A direção entendeu que o melhor era substituir o treinador Joaquin Caparrós, veio Gregório Manzano, mas a pressão era enorme em cada jogo, tirava-nos lucidez. O Manzano já tinha estado no clube duas vezes, conhecia muitos de nós... Infelizmente, não pôde fazer o milagre.

- No último jogo, ainda assim, quase se salvaram.

- Cumprimos a obrigação de ganhar ao Valladolid, que de nada serviu. Sabíamos que o Corunha perdia em casa, o Saragoça também, tudo resultados favoráveis, salvo o do Celta que estava a ganhar pela diferença mínima. Se o Espanhol tivesse empatado, teríamos ficado na I Liga. Até ao fim tive esperança de que o Simão marcasse... É o futebol: quando faltavam duas jornadas parecia que o Celta era o que estava pior. Depois, ganhou os dois últimos jogos e salvou-se.

- Como capitão, a deceção deve ter sido enorme.

- Se foi! O clube esteve 16 anos seguidos na I Liga, eu estou cá há quase oito, sempre entre os grandes, e agora vivemos momento doloroso. Estar no segundo escalão não é o mesmo que estar no primeiro, não só desportivamente como economicamente. Temos de reagir e dar tudo para regressar à divisão que merecemos.

- E qual será o seu futuro?

- Sinceramente, tive uns dias sem saber que rumo dar à minha vida, tudo dependia do que o Maiorca quisesse fazer e por isso era necessário sentar-me com o presidente Lorenzo Serra Ferrer para saber quais eram as intenções dele. Quando o nosso destino ficou traçado, falámos e encontrámos boa solução para ambas as partes.

- E que solução foi essa?

- Assinei contrato por mais uma temporada. Quero ajudar e não me importo de jogar na II Liga. Conheço bem a casa, julgo que os adeptos gostam de mim, a família está adaptada à vida aqui, nestes quase oito anos nunca tive o menor problema e por isso estou satisfeito pela renovação.

- Equacionou o regresso a Portugal?

- Certo, certo é que queria continuar a jogar. A idade não é um óbice, tenho 36 anos, estou em perfeitas condições e sei que posso render plenamente. Não é o bilhete de identidade que joga e há vários exemplos disso. O Ricardo Carvalho tem um ano menos, fomos companheiros na seleção sub-21, e lá vai para o Mónaco; o suplente do Beto no Sevilha, Palop, já com 39 anos, transferiu-se para o Leverkusen. Se não continuasse no Maiorca e se surgisse uma boa oportunidade em Portugal, seria uma boa alternativa voltar ao futebol português. 

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