Páginas

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Hoje escreve... Antonio Freitas

Antes de ir para férias, não gostaria de o fazer sem deixar, novamente, uma alusão a um comentário, ao qual, aliás respondi, mas não vi a resposta dada, a um “anónimo” que fez o seguinte comentário:” E o futsal, sr. Freitas, não será também desporto Paivense! Tanta injustiça!” Com mais ou menos pontos de admiração, foi o que o tal dito, anónimo escreveu como comentário. Pronto, o citado não merecia resposta porque, certamente, não leu nenhuma minha crónica, nem tão pouco, o título das  mesmas. Para além disto, embirro à brava com os anónimos! Provavelmente foi o dito por dizer asneira que não assinou a pergunta/admiração. Sim, o Futsal é um desporto que se joga em Castelo de Paiva e por duas equipas concelhias Bairros e Casal, por quem tenho o máximo respeito, não só pelos seus atletas como pelos seus dirigentes e técnicos, ligando-me a alguns até excelentes laços de amizade.  Mas que “diabo” deu a este dito cujo anónimo, para me dizer, informar, chamar a atenção que, por  não falar no futsal como desporto,  é uma injustiça? O título que tenho utilizado nas minhas crónicas é:”Falando de Futebol” e na primeira disse ao que “vinha”.  Bem, sem mais arrazoado, pois o dito(anónimo) não merece, fico-me por aqui.

Em primeiríssima mão, vou dar-lhes uma novidade. Na Assembleia Geral da AFA que terminou na madrugada de hoje (22/06) foram  aprovados (por unanimidade) os novos Estatutos da AFA (Associação de Futebol de Aveiro), com algumas alterações que me parecem ir “por os cabelos em pé” aos clubes. No entanto, assim o quiseram, uns pela ausência, outros pela presença mas desconhecimento completo do que votaram (falta de trabalho de casa), outros pela falta de interesse  demonstrada em apresentar propostas de alterações,  o que, no fundo, é triste e lamentável. Estes novos Estatutos vão entrar em vigor a partir da época de 2015/2016, ou seja, no fim do mandato dos actuais corpos sociais em exercício.  Como medida mais relevante, foi a extinção do Conselho Técnico. Como sabem, é o órgão de que sou presidente.

Também podem acreditar que não será pelo aspecto pessoal, quer meu quer dos meus restantes quatro companheiros, que o Conselho não concorda. Os Clubes são os mais prejudicados pois vão perder  aquilo a que vulgarmente se chama de tribunal de 1ª instância. Quero com isto dizer que o protesto de um qualquer clube, sobe de imediato para o Conselho de Justiça e não é passível de recurso. Como todos sabem, nesta altura, o protesto é feito para o CT e, caso o ou um dos clubes queira, pode recorrer para o órgão seguinte. A partir da alteração o clube que interpôs recurso, não o poderá fazer, pois a decisão termina ali. Outra
situação que parece incontornável é a vistoria dos campos que, como sabem, não se limite a verificar as medições dos terrenos de jogo. Qualquer anomalia técnica pode e deve ser participada aos árbitros e, se for caso grave, deve o clube fazer declaração de protesto no boletim do árbitro. E muitas “coisas” podem ocorrer. Narrá-las, neste espaço, era importante, mas a crónica certamente, alongar-se-ia de tal modo que seria maçudo e impróprio para consumo.

Outras alterações  importantes. O Conselho Jurisdicional (órgão de recurso), composto por 5 elementos, passou a Conselho de Justiça( único órgão de decisão) com 3 elementos. O parecer dado por aquele Conselho não está de acordo com o apresentado, quer no que se refere à eliminação do Conselho Técnico, pois, como acima refiro só fica um órgão de decisão (tipo tribunal de única instância), pela falta de um parecer técnico sobre os campos de jogos, a possibilidade daquele Conselho ser substituído por outro de dependência exclusiva da Direcção e, por última, pela exiguidade dos seus membros, pois sendo composto apenas por 3 elementos, pode dar origem a dificuldades de execução. Neste sentido, inclusivamente, foi declarado que os actuais elementos do Conselho Jurisdicional não se candidatarão ao cargo do novo Conselho de Justiça. Enfim, outras situações anómalas se poderiam e levantaram, inclusivamente com a nova fórmula de contagem dos votos de sócios, segundo foi referido, de difícil execução. A Direcção, pelo seu vice Presidente Dr. Carlos Correia argumentou de tal forma que acabou por convencer uma Assembleia Geral que, como acima refiro, não teve argumentos para a contrariar, nem, tão pouco, teve arte e saber para alterar os Estatutos, como seria seu interesse. Resta-me lamentar, mais uma vez, a falta de qualidade dos clubes, a sua falta de interesse e a sua não presença  numa AG, pois poderiam ajudar a melhorar e dar
outra perspectiva a um tema – Estatutos – tão importante e delicado, como será uma constituição de uma qualquer república. Os Estatutos são a lei base de qualquer estrutura.

Começa a desenhar-se a nova época futebolística. Os clubes compram, vendem e trocam como se o ser humano fosse um bem de compra e venda. Há até quem hipoteque o “seu covil” aos bancos para tentar resistir ao descalabro. Compra-se, vende-se e troca-se, como o ser humano fosse um bem transaccionável. O descanso está prestes a terminar. Afinam-se as gargantas. Afinam-se os assobios. As mães dos árbitros começam a sair da sonolência ou entorpecimento de alguns dias de sossego. Ela, a redondinha, está quase a “pinchar”. Aquecem-se os músculos dos atletas. Revigora-se o físico e o espírito. Pode ser que para o ano não seja o do quase. Ai Jesus, se me acontece o mesmo.  Com chocolate e bolos se enganam os tolos, mas eis senão quando, num qualquer estádio deste País, o povo ululante grita a plenos pulmões:

GOOOOOLLLLOOOOOO!!!!

    Boas férias- se ainda lhe sobrou algum.

Um abraço do amigo
AFreitas



(ainda Presidente do CT da AFA)

Sem comentários: