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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Hoje escreve... Manuel Vieira

Quase todos sabemos que os caminhos que estamos a percorrer apontam para um presente e futuro frouxo, medíocre

 Quando acordei colaborar com o “Desporto Paivense”, com os meus escritos, expressando ideias, relatando vivências da modalidade que pratico (atletismo) colocando anseios da colectividade (Grupo Desportivo) da qual sou um dos dirigentes, reflecti… bastante.
            Não possuindo percurso académico, assumo o risco de as limitações literárias ficarem evidenciadas, penso, todavia, poder contribuir através destes escritos para uma sustentada melhoria do desporto de, e em Castelo de Paiva.
            Não prometo (até porque estamos em ano olímpico) escrever só do desporto Paivense, mas vou fazer por isso, embora saiba que era mais confortável, mais pacífico, se as abordagens que me proponho levar a efeito não incidissem em aspectos do quotidiano Paivense; dos problemas que marcam o dia-a-dia deste associativismo que vive sem rede e sofrendo de uma entorse que tende a tornar-se crónica. Compreendo, o pavor de que estão possuídos alguns cronistas de abordarem as questões da nossa terra, até pelas responsabilidades que tiveram e/ou têm nesta sociedade, onde uma grande inquietação, uma amargura que tolhe os sentidos, se instalou. Quase todos sabemos que o caminho que estamos a percorrer aponta para um presente e futuro frouxo, medíocre, já visível em sectores supostamente imunes. No meu entra-e-sai pelos cafés da vila e no consequente contacto humano que esta forma de vida me faculta, posso absorver muitas ideias, constatar muitos conceitos, tendo chegado à conclusão que fomos conduzidos até uma rotunda a que retiraram as saídas, provocando este circular tonto, sem rumo nem nexo.
            Este intróito, serviu (em meu entender) para iniciar uma discussão sobre os apoios que a cultura e o desporto supostamente devem merecer.
            Quem não vê virtudes nestas actividades, defende a extinção dos apoios monetários, reforçando que os clubes/associações, devem gerar receita própria, viver a expensas por si conquistadas, equiparando o desporto e a cultura a um qualquer vício, (droga, álcool, etc.) em um completo desprezo pelas virtudes que advêm das boas práticas. O associativismo, fonte de onde jorra a cultura e o desporto, consome parcos recursos em comparação com a riqueza que propicia à comunidade. Reconheço, contudo, a necessidade de ser feita aferição aos resultados confrontando-os com o investimento realizado ou a realizar. Defendo, e bato-me à muitos anos pela existência de um plano desportivo municipal, cujo principal objectivo será a responsabilização das partes, assim como, a optimização das tarefas.
            Por experiência, sei, é possível por pouco esforço monetário desenvolver trabalho profícuo. Sirvo-me do exemplo fornecido pelo Grupo Desportivo; esta colectividade tem no seu currículo vários títulos de Portugal, uma Taça Ibérica, já viu cinco dos seus atletas chegarem à condição de internacional, construiu um eclectismo invejável, movimenta cerca de 300 pessoas, daqui se inferindo as seguintes questões: Não será preciso balizar todo o desporto e cultura de Castelo de Paiva, para ser possível aplicar com justiça os apoios que há a aplicar?; A comunidade deve desprezar colectividades que assim se comportam?

Próxima crónica de Manuel Vieira: 23 de Maio
Próxima crónica Desporto Paivense: Dário Pinto - 25 de Abril


1 comentário:

Mário Pinho disse...

Caro Manuel Vieira. Não é preciso ser-se académico, para se dizer aquilo que pensámos. E eu, só quero dizer:
Manuel Vieira, muito obrigado pela tua crónica! Assim os vários dirigentes das diversas colectividades do nosso Distrito tivessem a coragem, e personalidade que tu tens.
A comunidade a que esse Grupo pertence, deveria estar eternamente grata ao trabalho e resultados que vocês têm conseguido.
Grande abraço e mais uma vez, obrigado
Mário Rocha